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Laranja madura

Voce diz que me da casa e comida
Boa vida e dinheiro prá gastar
O que é que há, minha gente o que é que há
Tanta bondade que me faz desconfiar
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé

Santo que vê muita esmola na sua sacola
Desconfia e não faz milagres não
Gosto de Maria Rosa mas quem me dá prosa é Rosa Maria
Vejam só que confusão

Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé

Na cadência do samba

Sei que vou morrer, não sei o dia
Levarei saudades da Maria
Sei que vou morrer não sei a hora
Levarei saudades da Aurora

Eu quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba

Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba

Mas o meu nome ninguém vai jogar na lama
Diz o dito popular
Morre o homem, fica a fama

Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba

Mulata assanhada

Ô, mulata assanhada
Que passa com graça
Fazendo pirraça
Fingindo inocente
Tirando o sossego da gente!

Ah! Mulata se eu pudesse
E se meu dinheiro desse
Eu te dava sem pensar
Este céu, esta terra, este mar
E ela finge que não sabe
Que tem feitiço no olhar!

Ai, meu Deus, que bom seria
Se voltasse a escravidão
Eu comprava essa mulata
E prendia no meu coração!…
E depois a pretoria
Resolvia aquestão!

Deixa essa mulher pra lá

Rapaz, porque lastimas tanto,
Deixa essa mulher partir,
A mulher quando não quer,
Não se deve insistir.

Pela mesma dor eu já passei,
Meu amor me deixou,
Eu não chorei.

Obrigando a ela te querer,
Mas viver a vida sem prazer, ai, ai, ai,
É melhor ficar assim como está,
Deixa essa mulher pra lá.

Meus tempos de criança

Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia

Ai que saudades da Amélia

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu deus, que saudade da amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: “meu filho, o que se há de fazer!”
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Leva meu samba

Leva meu samba
Meu mensageiro
Este recado
para meu amor primeiro

Vai dizer que ela é
A razão dos meus “ais”
Não, não posso mais!

Eu que pensava
Que podia lhe esquecer
Mas qual o que
Aumentou meu sofrer
Falou mais alto
No meu peito uma saudade
Mas para o caso não há força de vontade
Aquele samba
Foi pra ver se comovia
O seu coraçao
Onde dizia:
Vim buscar o meu perdão!

Vai, mas vai mesmo

Vai vai mesmo
Eu nao quero voce mais nunca mais
Tenha a santa paciencia
Ponha a mao na consciencia
Deixe-me viver em paz

Sai de vez do meu caminho
Dê a outro seu carinho
Me abandone por favor ai que dor
Voce machucou meu peito 
Nao tem mais o direito de mandar no meu amor