Pelo costume de beber gelado
Apanhei um resfriado que foi um horror
Porém, com medo de fazer despesa
Quis a franqueza e não fui ao doutor
Pra me curar
De tudo quanto foram me ensinado
Eu fui tomando e cada vez pior
E quem quiser, que siga o tratamento
Pois, se não morrer da cura, ficará melhor
Tomei de tudo: escalda-pé, chá de limão
Até xarope de alcatrão
E nada me faltou
Tive dieta só de caldo de galinha
O galinheiro da vizinha
Se evaporou
E tive febre, tive tosse e dor no peito
E até fiquei daquele jeito
Sem poder falar
Mandei chamar então um especialista
Que pediu dinheiro a vista
Pra poder me visitar
[REFRÃO]
No bangalô, porém, choveu a noite inteira
E eu debaixo da goteira
Sem ninguém saber
A ventania arrancou zinco do telhado
E me deixou todo molhado
Quase pra morrer
E a Guilhermina quis me dar um lenitivo
Então me fez um curativo
Eu fiquei jururu
E foi chamado finalmente um sacerdote
Pra me encomendar um lote
De dez palmos no Caju
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