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Silêncio

Silêncio, respeitem a dor
De um sofredor
Que o mundo magoou
Ele amou na vida e não venceu
É, portanto infeliz como eu
Silêncios não riam eu peço
Do seu insucesso
Seu mal é de amor

Quem carrega no peito a desilusão
Se consegue chorar
Acalma o coração
Respeito a dor alheia
É uma obrigação
O homem que pranteia
Tem sempre uma razão

Homem chorando
Tem o peito de dor a transbordar
Ninguém chora sem razão
Ninguém chora por chorar

Moço

Moço,
Passe por outro caminho
Pois por aqui meu benzinho
Passou e vai regressar
Dois olhos brilhando mais que dois astros
Dois pés deixando dois rastros
Que ninguém deve apagar

Moço,
Passou cantando, tão bela
Que a brisa que veio com ela
Tocou a relva em flor
E as flores que circundam o caminho
Fizeram coro baixinho
Na mesma trova de amor

Moço,
Todo meu ser agoniza
Quando, de leve, ela pisa
A terra quente do chão
Parece que eu tenho dentro do peito
Um longo caminho estreito
Bem verde, um coração

Moço,
Às vezes tenho desejo
De surpreendê-la num beijo
Para ver se ela me quer…
Reflito e o meu desejo fraqueja
Temendo que ela seja
Um anjo feito mulher…

A Volta do Boêmio

Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante lhe peço a minha nova inscrição
Voltei, pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria
Me acompanha o meu violão

Boemia, sabendo que andei distante
Sei que esta gente falante vai agora ironizar
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
Partiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar ?

Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho
Sendo a vida do meu coração
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir
Meu amor você pode partir
Não esqueça do teu violão
Vá rever os teus rios, teus montes, cascatas
Vá cantar em novas serenatas
E abraçar teus amigos leais

Vá embora, pois me resta o consolo e alegria

Em saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais….