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As alucinações de Serguei

Vocês gostam de Vanderléia? (Não!)
Vocês gostam do rei Roberto Carlos? (Não!)
Vocês gostam de Serguei? (…)

Então eu vou cantar as minhas alucinações

Mas a mamãe me diz assim
Corta este cabelo, essa juba de leão
Falei então pra ela, nunca uma tesoura
Não quero ser careca eu prefiro ser Sansão

Serguei alargue essas calças
Que parecem dois funis
Camisas coloridas faça delas cortinado
Calça apertadinha só quem usa é transviado
Boca de sino pra marujo fica bem
Bermudas de florzinha pra meu filho nao convém

Nessas alucinações veja o rei Roberto Carlos
Dirigindo seu carango tremendão todo adoidado
Ele tem cabelos longos, idéias longas também
E comanda a Jovem Guarda é barra limpa esse rei

Burguesia respeitosa
Escravisada tradições
Não entende nosso mundo
Nosso mundo de emoções, ai vai nosso protesto
Juventude sangue quente
Nossa música avançada representa nossa gente

Mamãe me compreenda
Vossa lenda é do passado
O agudo da guitarra é pra nós o avançado
Nossa meta é a liberdade
Nossa música é a emoção
Nossa vida é mais verdade
Yeah, yeah, yeah nossa canção

A noite inteira

A gente poderia conversar a noite inteira
Mas amanhã é segunda-feira
Eu tenho contas a pagar
Eu tenho que apagar a luz
Eu quero estar dormindo
Quando o despertador tocar

A gente poderia conversar a noite inteira
Falando sério ou só de brincadeira
Mas eu quero estar dormindo
Um sono profundo
Eu quero estar em outro mundo
Quando o sol raiar

A gente poderia conversar a noite inteira
Poderia até deixar
A luz acesa a noite inteira
Mas por favor esqueça
Eu quero tirar da cabeça
Tudo que mereça atenção

A gente pode conversar
Sobre o que a de mais sagrado
E ao mesmo tempo
Cometer os maiores pecados
A gente pode falar de liberdade
Sem sair da prisão
Pode falar sobre o céu
Sem tirar os pés do chão

A gente poderia
Conversar a noite inteira
Seria uma noite
Pareceria a vida inteira

A gente pode conversar
Sobre o que a de mais sagrado
E ao mesmo tempo
Cometer os maiores pecados
A gente pode falar de liberdade
Sem sair da prisão
Pode falar sobre o céu
Sem tirar os pés do chão

Mamãe, não diga nada ao papai

Mamãe não diga nada ao papai
Mamãe eu não fiz nada de mais
Se você cala eu também calo mamãe
Sobre aquele rapaz

Nada aconteceu
Na escadaria do segundo andar
Aqueles eram amigos meus
E a fumaça era de um cigarro normal

Mamãe não diga nada ao papai
Mamãe eu não fiz nada de mais
Se você cala eu também calo mamãe
Sobre aquele rapaz

Nada aconteceu
Na escadaria do segundo andar
Aqueles eram amigos meus
E a fumaça era de um cigarro normal

Mamãe não diga nada ao papai
Mamãe eu não fiz nada de mais
Se você cala eu também calo mamãe
Sobre aquele rapaz

Rock do papai

Era um bom menino que um dia sonhou
Em ver o seu pai dançando rock n’ roll
Comprou uma guitarra e começou a dedicar
Todo o seu tempo só pra ver seu pai dançar
Tocou samba, tocou jazz mas não adiantou
Até que um belo dia o pai gritou

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

Foi um grande susto que o menino levou
Quando viu seu pai dançando rock n’ roll
Formou a sua banda e fez questão de colocar
Seu velho nos vocais e começaram a ensaiar

Mas ensaiaram tanto que o coroa pirou
No meio do pagode ele gritou

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

A casa do menino agora está tão diferente
Com um pai tão porra louca
Qualquer um fica contente
É festa todo dia, não era sacanagem
Seu pai dançava nu la na garagem

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

Era um bom menino que um dia sonhou
Em ver o seu pai dançando rock n’ roll
Comprou uma guitarra e começou a dedicar
Todo o seu tempo só pra ver seu pai dançar
Tocou samba, tocou jazz mas não adiantou
Até que um belo dia o pai gritou

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll
Toca, toca, toca Rock n’ Roll

Rolava Bethânia (Roll over Beethowen)

Era uma festa muito doida
Alguém me deu um drink eu tomei
Tinha um cara do meu lado
Dizendo que foi caso do Ney
Rolava Bethânia!
E o dono da festa era gay

Ele tem um namorado
Que pertence a uma seita hindu
Viciado em Santo Daime
É fã numero um do Lulu
Rolava Bethânia!
Eu disse cai fora Vodoo

Ta tudo em cima e animado
E todos querem arrumar um namorado
Muita gente entrou no banheiro
E as gatas não querem nem papo

Rolava Bethânia!
E alguém chamou Arnaldo Brandão

Rolava Bethânia! (5x)
E alguém pediu Cazuza e Barão

No meio da festa
Alguém foi na vitrola e mexeu
Tirou o disco da Ro Ro
E colocou do Pepeu
Rolava Bethânia!
Alguém pediu o som do Lobão

No dia seguinte
Ninguém contava o que se passou
Mas foi la pras três horas
Que a confusão começou
Rolava Lobão
Com ele a vitrola quebrou

Rolava Bethânia (5x)
E alguém pediu Cazuza e Barão

Rolava Bethânia (5x)
No meio daquela confusão

Alergia

Sei que pensaram que me vai acontecer
Eu vou te dar um toque garotinho
Tudo que agente já vê junto por dizer
Eu posso fazer sozinho

Agora aquela dose de nervoso passou
E eu espirro de alergia
(atim!)
Alérgico, alérgico
Alérgico, alérgico
Alérgico, alérgico
Alérgico, alérgico

Esse é mais um tick que eu preciso perder
Eu pareço um passarinho
Não adianta sua mãe vir me dizer
Que eu sou um menino sujinho
Mais quando eu espirro eu só quero dizer:
Que eu sou muito limpo!
(atim!)
Alérgico, alérgico
Alérgico, alérgico

Hell’s angels do Rio

Na velocidade encontro a emoção
A unica maneira de ter a sensação
De uma liberdade que a muito se foi
Nas ruas da cidade, buscando o depois

Não posso parar, não posso parar, Não posso parar
De correr!

Não posso parar, não posso parar, Não posso parar
Hell’s Anjos!
Hell’s Anjos!

Os anjos do inferno, e minha cabeça
Aos poucos vão tornando, minha chama mais acesa
Hell’s Anjos!
Hell’s Anjos!

Estou na lona

Tô na lona sem trocado,
tô mais duro que cimento armado.

E o meu salário é porcaria,
não dá nem pra um pirulito por dia.

A minha cama é a rua
e o meu abajour é a lua.

Devo ao padeiro a metade
do que devo ao eletricista.
E o triplo desta soma
o açougueiro já vem na minha lista.
E o imposto de renda,
só aceita pagamento à vista.

Me dê dois filhos, já tenho
e prole grande assim ningém tem.
Desconfio que nesta grande obra
tá me ajudando alguém.
Já tive um ano de cama
e o trigésimo terceiro já vem.

Tenho uma boa saúde
não contando umas bobagenzinhas.
Como saumonela e
um desviozinho na espinha.
Não como carne há um mês,
de vitaminas tenho escassez

(solo)

Perdi meus companheiros
sem saúde e sem ter dinheiro.
Tendo mais filhos
que os fios,
do bigode
de D. Pedro I.

Ainda canto meu problemas
não há dúvida:
Eu sou brasileiro!

Eu sou psicodélico

Eu sou psicodélico
(Eu sou psicodélico)
A vida para um hippie é mais vida
O mundo é uma flor
Sem espinhos e sem dor
Plantada com amor

Eu sou psicodélico
(Eu sou psicodélico)

Pra mim o universo é um jardim
Também quero ser assim
Azul, vermelho, amarelo, branco da paz!
A paz colorido bélico
Eu sou psicodélico
A paz colorido bélico
Eu sou psicodélico

Eu sou psicodélico
(Eu sou psicodélico)

A vida para um hippie é mais vida
O mundo é uma flor
Sem espinhos e sem dor
Plantada com amor

Eu sou psicodélico
(Eu sou psicodélico)

Eu não volto mais

Eu não volto mais, eu não quero mais
Vou fazer assim
Eu prefiro a morte sorrindo do que ter a vida chorando
Esta cruz que vou carregando
Eu vou largar

Eu não volto mais, eu não quero mais
Vou fazer assim
Tá na cara eu não sou eterno.
És do mesmo eu mando pro inferno
Deixo tudo a nado o que eu tenho
Pode levar

Ouriço

Vem o sol
Me acordei
Curtindo a multidão
Numa bolha de luz
Me espalho pelo chão

Meu alazão azul
Tirei do temporal
Minha mão descobriu
Que eu viajava mal

E meus cabelos
Virando jardim

De repente encontrei
Meu corpo no porão
O motor jogou luz
Sobre essa escuridão

Ja não aguento mais
A selva tropical
Grilo e ouriços
Pais de um bicho muito mal
Sempre ele corre pra cima de mim

Esse bicho horrivel
Vem correndo, correndo
Meu bode maroto
Vai crescendo, crescendo
A cidade aos gritos
Ondulando, ondulando
Meus cabelos longos
Ouriçando, ouriçando

De repente encontrei
Meu corpo no porão
O motor jogou luz
Sobre essa escuridão

Eu não aguento mais
A selva tropical
Grilo e ouriços
Pais de um bicho muito mal
Sempre ele corre pra cima de mim

Esse bicho horrivel
Vem correndo, correndo
Meu bode maroto
Vai crescendo, crescendo
A cidade aos gritos
Ondulando, ondulando
Meus cabelos longos
Ouriçando, ouriçando

O burro cor de rosa

Fora as roupas apertadas eu vestia um sobretudo,
Sobretudo uma casaca devagar estrangulava,
Na cidade grande o óleo do motor, or, or, or.

Dentro da caneca branca uma alga luminosa,
Fosco de tão nebulosa e sai das portas de veludo,
Me mostrando tudo o que o mundo oculta, a, a, a.

Minha vida é um terremoto e as sentenças caem no chão,
Subo na motocicleta, na garupa o mundo e minha mãe na mão.

Longe do camimho de asfalto no meu burro cor-de-rosa,
Canto uma canção dengosa, grito muito, falo alto,
Se o mundo é o caixote, eu digo palavrão