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Gavião calçudo

Chorei, porque
Fiquei sem meu amor
O gavião malvado
Bateu asa foi com ela
E me deixou
Quem tiver mulher bonita
Esconda do gavião
Ele tem unha comprida
Deixa os marido na mão
Mas viva quem é solteiro!
Não tem amor nem paixão
Mas vocês que são casado

Sabor do samba

Não há,
Quem não goste da harmonia,
E também da melodia,
Que ao samba dá sabor, ô, ô,
Do subúrbio à cidade,
O samba é novidade,
Quem canta samba é doutor.
(bis)

O samba é feito,
De bossa e no momento,
Cantando sua amizade,
Ele inspira o pensamento,
Sempre foi feito,
Com poesia e amor,
Cantando com melodia,
Para ter o seu valor.
(bis)

Peço licença para dizer,
Que em dia,
O samba lá no morro,
Também tem sua valia,
Eu fui a um samba,
Na alta sociedade,
Vendo sambista de Smoking,
Eu me senti a vontade…

Tristeza do Jeca

Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer e a minha dor
Eu sou como o sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o gaio onde ele está
Eu sou como o sabiá

Nessa viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buraco
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um barulhão
Quando chega a madrugada

Nessa viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o jeca quando canta
dá vontade de chorar
E o choro que vai caindo
Devagar vai se sumindo
Como as águas vão pro mar
E o choro que vai caindo

Nessa viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Não tenho lágrimas

Quero chorar 
Não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Quero chorar 
Não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Estou certo que o riso
Não tem nenhum valor
A lágrima sentida
É o retrato de uma dor

O destino assim quis
De mim se separar
Eu quero chorar não posso
Vivo a implorar

Quero chorar 
Não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Quero chorar 
Não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Não tenho lágrimas

Sabiá laranjeira

Sabiá laranjeira 
Ouvi o teu cantar bem perto

Eu saí te procurando 
Mas a noite foi chegando 
Me perdi no deserto

Ao cair da tardinha 
Quando vinhas me saudar 
Bem baixo da laranjeira 
Eu deitado numa esteira 
Ouvia seu cantar 

Só me resta uma gaiola 
Que comprei pra sabiá 
Sabiá é forasteira 
Vive solta a vida inteira 
Não quer mais voltar 

Casinha pequenina

Tu não te lembras da casinha pequenina
Onde o nosso amor nasceu?
Tu não te lembras da casinha pequenina
Onde o nosso amor nasceu?
Tinha um coqueiro do lado
Que coitado de saudade
Já morreu!
Tinha um coqueiro do lado
Que coitado de saudade
Já morreu!

Tu não te lembras das juras e perjuras
Que fizestes com fervor?
Tu não te lembras das juras e perjuras
Que fizestes com fervor?
Daquele beijo demorado, prolongado
Que selou
O nosso amor?
Daquele beijo demorado, prolongado
Que selou
O nosso amor?

Trepa no coqueiro

Oi, trepa no coqueiro
Tira coco
Gipe, gipe, nheco, nheco
No coqueiro olirá

Papai, cadê Maria?
Maria foi passeá
Papai, cadê Maria?
Maria foi passeá
Os passeio de Maria
Faz papai, mamãe chorá

Oi, trepa no coqueiro…

Maria é moça nova
Sorteira, não tem juízo
Maria é moça nova
Sorteira, não tem juízo
Os passeio de Maria
Só pode dá prejuízo

Oi, trepa no coqueiro…

Maria sobe ladeira / Maria pula o regato
Maria sobe ladeira / Maria pula o regato
E com essa brincadeira / Gasta a sola do sapato

Oi, trepa no coqueiro…

Papai escuta o que eu digo
E vai lhe cortando as asa
Papai escuta o que eu digo
E vai lhe cortando as asa
Ela um dia vai-se embora
E não vorta mais pra casa

Samba de fato

Samba do partido-alto 
(refrão) Só vai cabrocha que samba de fato 
Samba do partido-alto 
Só vai cabrocha que samba de fato 

Só vai mulato filho de baiana 
E a gente rica de Copacabana 
Dotô formado de ané de oro 
Branca cheirosa de cabelo louro, olé 
 
(refrão) 
 
Também vai nêgo que é gente boa 
Crioula prosa, gente da coroa 
Porque no samba nêgo tem patente 
Tem melodia que maltrata a gente, olé 
 
(refrão) 
 
Ronca o pandeiro, chora o violão 
Até levanta poeira do chão 
Partido-alto é samba de arrelia 
Vaina cadência até raiar o dia, olé 

(refrão) 

E quando o samba tá mesmo enfezado 
A gente fica com os óio virado 
Se por acaso tem desarmonia 
Vai todo mundo pra delegacia, olé 

(refrão) 
 
De madrugada quando acaba o samba 
A gente fica com as perna bamba 
Corpo moido só pedindo cama 
A noite toda só cortando rama, olé

(refrão)

a boca fica com um gosto mal 
de cabo velho de colher de pau 
porque no samba que não tem cachaça 
fico zangado fazendo pirraça, olé

(refrão)