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Pobre milionária

Pobre milionária
Como sofre nesta vida
Sem ter alguém que lhe chame de querida

Rica de dinheiro, de saúde e de bondade
Mesmo assim não encontra a felicidade
Não é muito jovem
Mas ainda é sedução
Quase que me fazes
Esquecer a minha obrigação

Pobre milionária se eu pudesse te daria
O meu carinho e a minha companhia

Amar sem ser amado

Amar sem ser amado é melhor
Morrer pois finalmente o que dá prazer
É o amor e muita compreensão
Amor palavra doce que inspira, seduz, também traduz magia
E no entanto maltrata, destrata e também crucia
Se o amor então resolve ferir ou matar um dos corações
O que estava no auge tremente de sua paixão
Mas só quem ama é que pode saber quanto vale a dor
De um amor sem amor

Amar sem ser amado é mais que a solidão
É um sol poente em cada coração
É semear a luz da treva num solo doente, carente de amor
Sem ser amado é melhor fingir
Que um grande amor ainda está por vir
E amenizar toda a tristeza espalhada no ar

Amar sem ser amado me faz tanto mal
Que é preferível dar ponto final
A esse amor imortal

Amar sem ser amado é melhor morrer
Pois finalmente o que dá prazer
É o amor e muita compreensão
Amor palavra doce que inspira, seduz, também traduz magia
E no entanto maltrata, destrata e também crucia
Se o amor então resolve ferir ou matar um dos corações
O que estava no auge tremente de sua paixão
Mas só quem ama é que pode saber quanto vale a dor
De um amor sem amor

Amar sem ser amado é mais que a solidão
É um sol poente em cada coração
É semear a luz da treva num solo doente, carente de amor
Sem ser amado é melhor fingir
Que um grande amor ainda está por vir
E amenizar toda a tristeza espalhada no ar
Amar sem ser amado me faz tanto mal
Que é preferível dar ponto final
A esse amor imortal

Mentia

Pra quê eu fui acreditar
Em tudo que ela dizia
A razão do meu penar
Foi pensar que existiria entre nós
Mais que as palavras vãs que ela dizia

Quando ela jurou me amar, mentia
Quando ela jurou me amar, mentia

A mentira é um pecado
Condenado pela lei de Deus
Hoje eu vivo amargurado
Não esqueço aquele adeus
Eu que era tão contente
Perdi toda alegria

Quando ela jurou me amar, mentia
Quando ela jurou me amar, mentia

Fundo azul

Borboleta esvoaçando em fundo azul
Flores desabrocham, é primavera
Brisa leve sopra do norte e pro sul
No espaço um foguete busca ‘nova era’

O vigário empunha a estola
No campo santo, alguém reza por alguém
Vinte e dois homens disputando a mesma bola
Joga no bicho eu e ela e você também

O cão ainda é fiel amigo
Crianças continuam a nascer
Uma velhice imensa e sem abrigo
Quanta gente à procura de lazer

Ninguém é de ninguém
Esta é a frase padrão
Salve-se quem puder
Neste mundo de ilusão

Acabou meu sossego

Acabou meu sossego
O galego da esquina
Todo dia manda me cobrar
E o zé da birosca
Só ouve a tosca
Bebendo cachaça de papo pro ar

O garoto na escola
É o rei da cola
Sempre passa em primeiro lugar
E debaixo do sol
Há tanto besteirol
Que é a razão brasileira pode confirmar

Minha vizinha
É toda certinha
É um tremendo avião
Está sempre na boca
E o marido de touca
Não passa de um bobalhão

A nega desconfiada
Faz marcação serrada
Em cima de mim
Estou baratinado, desarticulado
Meu deus é o fim!

A miséria flutua
Pro garoto de rua
Apesar de haver tanta lei
Moço, a coisa tá feia
A mutreta campeia
Até onde isso vai eu não sei
No bicheiro da esquina
Apostei uma quina
Vou torcer pra um dia ganhar
E viver só de renda
Iate, fazenda
Num padrão de primeira
Pra não reclamar

Vida apertada
Camelô na calçada
Isso é muito natural
Neste vai mas não vai
Até do paraguai
Aqui já tem uma sucursal
Não adianta conselho
Eu estou no vermelho
Desde que nasci
E essa zorra toda
Quero que se exploda
Mas fico aqui

Acabou meu sossego
O galego da esquina
Todo dia manda me cobrar
E o zé da birosca
Só ouve a tosca
Bebendo cachaça de papo pro ar

O garoto na escola
É o rei da cola
Sempre passa em primeiro lugar
E debaixo do sol
Há tanto besteirol
Que é a razão brasileira pode confirmar

Minha vizinha
É toda certinha
É um tremendo avião
Está sempre na boca
E o marido de touca
Não passa de um bobalhão

A nega desconfiada
Faz marcação serrada
Em cima de mim
Estou baratinado, desarticulado
Meu deus é o fim!

A miséria flutua
Pro garoto de rua
Apesar de haver tanta lei
Moço, a coisa tá feia
A mutreta campeia
Até onde isso vai eu não sei
No bicheiro da esquina
Apostei uma quina
Vou torcer pra um dia ganhar
E viver só de renda
Iate, fazenda
Num padrão de primeira
Pra não reclamar

Vida apertada
Camelô na calçada
Isso é muito natural
Neste vai mas não vai
Até do paraguai
Aqui já tem uma sucursal
Não adianta conselho
Eu estou no vermelho
Desde que nasci
E essa zorra toda
Quero que se exploda
Mas fico aqui

Ciúme doentio

Ah meu Deus se eu soubesse quem ela era
Juro que jamais faria esta união
Bonita mulher mas de gênio, uma fera
Depois da briga eu fiquei nesta condição
Os ternos melhores que eu tinha estão rasgados
Dos nossos moveis ela fez uma fogueira
Meu rosto até hoje esta todo arranhado
Envergonhado jamais voltei em Mangueira

Todo mundo dizia que Ana Maria era muito legal
Eu me apaixonei e com ela casei este foi o meu mal
Briga permanente um ciúme doente nunca vi coisa assim
Se eu voltar em Mangueira sei que a turma inteira vai zombar de mim

Homenagem ao mestre Cartola

Só um Peito vazio descobre que O mundo é um moinho
E quando isso Acontece a Alegria vai embora
E as Cordas de aço de um violão solam baixinho
Uma canção que se chama Disfarça e chora

Eu confesso que Tive sim, um Amor proibido
Vai amigo e diz-lhe o quanto eu tenho sofrido
Mas tudo se ajustará numa grande alvorada
O sol nascerá, pouco importa depois
Se estaremos juntos nós dois

O nosso amor brilhará numa noite tão linda
As rosas não falam, mas podem enfeitar
A grande Festa da vinda

A noite se repete

A noite se repete
Porque se repete o dia
Tristeza só existe
Porque existe alegria

A terra é quem dá
A vida para a flor
Num coração sincero
É que desponta um grande amor

Por existir a vida
É que a morte impera
Por haver gente falsa
É que há gente sincera

Se não houvesse mar
Não haveria embarcação
Se eu não te amasse
Não sofreria ingratidão

Vai dizer a ela

Vai correndo
Vai dizer a ela
Que são muito tristes os dias meus
Que a saudade lentamente me devora
Depois que ela me disse adeus

Vai correndo
Vai dizer a ela
Que volte pelo amor de deus
A solidão já tomou conta do meu lar
Dia e noite a minha vida é chorar

Vai correndo, vai
Depressa por favor
Dizer a ela que volte ao meu amor

Conversando com o Brasil

Brasil
A juventude está presente
Lutando bravamente
Para corrigir as distorções

Brasil
Tanta terra e você nega
Descaradamente entrega
Para um bando de rufiões

Brasil
Voce matou tiradentes
Ele queria simplesmente
A sua emancipação

Brasil
Vamos banir os abutres
E dar vez aos filhos ilustres
Que te amam de coração

Eu nao dou bobeira
Ninguém vai bater minha carteira(x2)

Brasil
Por favor preste atenção
Saúde terra educação
São as vigas mestras do país

Brasil
O teu proceder lhe insulta
Mas a juventude vai à luta
Para te fazer feliz

Brasil
És lindo em noite de lua
Famílias dormindo nas ruas
Por falta de habitação

Brasil
Atente para essa verdade
E saiba que a juventude
É a sua salvação

Eu não dou bobeira,
Ninguém vai bater minha carteira (x4)

Triângulo amoroso

Elas são o meu tudo na vida
Pra mim elas são iguais
Se por acaso eu perde-lás
Não sei do que serei capaz

É um triângulo amoroso
Funcionando com perfeição
{Uma me domina, a outra me fascima
Mas as duas tem meu coração}(2x)

Elas são o meu tudo na vida
Pra mim elas são iguais
Se por acaso eu perde-lás
Não sei do que serei capaz

É um triângulo amoroso
Funcionando com perfeição
{Uma me domina, a outra me fascima
Mas as duas tem meu coração}(2x)

Uma está no lar
É minha doce companheira
As vezes eu fico com a outra, a noite inteira
{Assim vivemos bem, pois ela sabe afinal
Que sua rival é a Mangueira}(2x)

Lei do cão

Agora
Vai ser tudo diferente
É olho por olho
É dente por dente
Não faço mais opção

Rasguei
O meu diploma de bobo
Não sou mais carneiro
Eu agora sou lobo
Em qualquer situação

Guerra é guerra
Pau no burro
À ferro e fogo
Mudei as regras do jogo
Dou cartas na tapeação

É a lei do cão
É na dureza, não dou moleza
Não tem pra ninguém
Primeiro eu, segundo eu
Terceiro e quarto eu também

É a lei do cão
É na dureza, não dou moleza
Não tem pra ninguém
E assim procedendo
Eu vou vivendo muito bem

Infra Estrutura

Ela bagunçou,
A infra-estrutura do meu barracão
Ela bagunçou
A infra-estrutura do meu barracão

Vendeu o nosso rádio,
a nossa cama e o fogão
Rasgou a minha roupa
E quebrou meu violão
Deu a geladeira pra vizinha
Empenhou, a televisão

Fiquei todo desarticulado
Mas, seja o que Deus quiser
Vou começar tudo de novo
Arranjando outra mulher
Vou começar tudo de novo
Arranjando outra mulher

Ela bagunçou,
A infra-estrutura do meu barracão
Ela bagunçou
A infra-estrutura do meu barracão

Vendeu o nosso rádio,
a nossa cama e o fogão
Rasgou a minha roupa
E quebrou meu violão
Deu a geladeira pra vizinha
Empenhou, a televisão

Fiquei todo desarticulado
Mas, seja o que Deus quiser
Vou começar tudo de novo
Arranjando outra mulher
Vou começar tudo de novo
Arranjando outra mulher


Ela bagunçou,
A infra-estrutura do meu barracão
Ela bagunçou
A infra-estrutura do meu barracão

O samba do operário

Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário

Mas como não quer reconhecer
É ele escravo sem ser
De qualquer usurário

Abafa-se a voz do oprimido
Com a dor e o gemido
Não se pode desabafar

Trabalho feito por minha mão
Só encontrei exploração
Em todo lugar

Apologia aos mestres

Glória aos nossos antepassados
Com seus nomes gravados
Na história da pátria amada
Oswaldo Cruz, Miguel Costa,
Rui Barbosa, Ana Neri,
A corajosa
Enfermeira abnegada
Estes vultos destacaram
Como herança entregaram
Os seus esforços naturais
E hoje na glorificação
Os seus nomes devem ser 
Para sempre imortais
Rui Barbosa
Foi como mago apologista
Miguel Couto especialista
Ana Neri
Símbolo da paciência
Oswaldo Cruz
Mestre da biologia
Com suas galhardias
Foi apóstolo da ciências
Esses vultos reunidos
Receberam do Brasil querido
As glórias que fazem jus
Miguel Couto
Rui Barbosa
Ana Neri, Oswaldo Cruz

Vim lhe pedir

Vim lhe pedir
Me perdoa, reconheço errei
Se aqui voltei
Foi para lhe dizer então
Que há motivos de força maior
E, às vezes, prende a gente
Me dissestes que voltei sinicamente
Pra zombar de te ver chorar

Vim lhe pedir
Me perdoa, reconheço errei
Se aqui voltei
Foi para lhe dizer então
Que há motivos de força maior
E, às vezes, prende a gente
Me dissestes que voltei sinicamente
Pra zombar de te ver chorar

Foi a saudade que me trouxe aqui
Depois que te perdi
Mergulhei na sofreguidão
Ao cair na realidade
Descobri que a felicidade
Está na bondade do seu coração

Sinfonia imortal

Nós dois somos um naipe de orquestra
Raios de sol pela fresta
Nas partituras do amor
Surgiu no brilho dos instrumentos
Feito uma sombra, um lamento
Um contratempo da dor

Jamais a corda lá do destino
Fez nosso amor peregrino
Vagando em acordes vãos
E a paz era perfeita harmonia
Até que chegou o dia
Da gente fora do tom

Quando o amor desafina
As notas que predominam
Saudade e desilusão
Mas se o maestro é de fato
Põe na pauta um pizzicato
Resolve a situação
O que eu desejo afinal
É fazer das nossas vidas
Uma sinfonia imortal
O que eu desejo afinal
É fazer das nossas vidas
Uma sinfonia imortal

Idioma esquisito

Fui fazer o meu samba
Na mesa de um botequim
Depois de umas e outras
O samba ficou assim

Fui fazer o meu samba
Na mesa de um botequim
Depois de umas e outras
O samba ficou assim

Estrambonático, Palipopético
Cibalenítico, Estapafúrdico
Protopológico, Antropofágico
Presolopépipo, Atroverático

Batunitétrico, Pratofinandolo
Calotolético, Caranbolâmbolu
Posolométrico, Pratofilônica
Protopolágico, Canecalônica

É isso aí, é isso aí
Ninguém entendeu nada
Eu também não entendi
(Eu então vou repetir)

De boteco em boteco

Vou de boteco em boteco bebendo a valer
Na ânsia de esconder
As dores do meu coração
Conselhos não adiantam estou no final
Perdi o elã e perdi a moral
Meu caso não tem solução

Vou de boteco em boteco bebendo a valer
Na ânsia de esconder
As dores do meu coração
Conselhos não adiantam estou no final
Perdi o elã e perdi a moral
Meu caso não tem solução

Eu bebo demais pro meu tamanho
Arranjo brigas e sempre apanho
Isso me faz infeliz

Entro no boteco pra afogar a alma
As garrafas então batem palmas
Me embriago elas pedem
Entro no boteco pra afogar a alma
As garrafas então batem palmas
Me embriago elas pedem

Encanto da paisagem

Morro és o encanto da paisagem
Suntuoso personagem
De rudimentar beleza
Morro, progresso lento e primário
És imponente no cenário
Inspiração da natureza

Na topografia da cidade
Com toda simplicidade
És chamado de elevação
Vielas, becos e buracos
Choupanas, tendinhas, barracos
Sem discriminação

Morro, pés descalços na ladeira
Lata d’água na cabeça
Vida rude alvissareira
Crianças sem futuro e sem escola
Se não der sorte na bola
Vai sofrer a vida inteira

Morro, o teu samba foi minado
Ficou tão sofisticado, já não é tradicional
Morro, és lindo quando o sol desponta
E as mazelas vão por conta do desajuste social

Falso moralista

Você condena o que a moçada anda fazendo
e não aceita o teatro de revista
arte moderna pra você não vale nada
e até vedete você diz não ser artista

Você se julga um tanto bom e até perfeito
Por qualquer coisa deita logo falação
Mas eu conheço bem o seu defeito
e não vou fazer segredo não

Você é visto toda sexta no Joá
e não é só no carnaval que vai pros bailes se acabar
Fim de semana você deixa a companheira
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira

Segunda-feira chega na repartição
pede dispensa para ir ao oculista
e vai curar sua ressaca simplesmente
Você não passa de um falso moralista

Falso amor sincero

O nosso amor é tão bonito
Ela finge que me ama
E eu finjo que acredito

O nosso falso amor é tão sincero
Isso me faz bem feliz
Ela faz tudo que eu quero
Eu faço tudo o que ela diz

Aqueles que se amam de verdade
Invejam a nossa felicidade