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Amor primo

Te vi me molhei
Eu não me segurei
Nem dá pra segurar
Tão pouco superar
A velocidade do tesão!

Sabe como é
O nosso amor é primo
É primordial
É primitivo até

É sensacional
Ah, eu bem que disfarcei
Quando eu botei os meus
Meus olhos em você
Que corpinho

Sabe como é
O mundo e suas cruzetas coracionais
Não quero essas ciladas
Eu quero é mais
Voltar ao primo
Amor

Meu freewheelin do Bob Dylan

Você sabe tudo ou metade
Que o meu coração parou naquele dia
Foi um baque
Um tal de ataque
Que deu na cabeça de minha titia

Titia pirou
Quebrou meu Freewheelin’ do Bob Dylan
Não é nada disco meu amor
Ela nunca me enganou
Ela nunca poderia

Daí eu fiquei destruído
Chorei escondido por entre os ouvidos
Daí ninguém pode entender
O que entre sorrisos, me pus a dizer

Eu vou botar você debaixo da minha língua
Eu vou contar até três
Depois eu vou despesar
Eu vou botar você debaixo da minha língua
Eu vou contar até três, dessa vez
Depois eu vou despesar

Então pra que razão?
Razão é coisa divina
Tu vai passar dessa vez, titia
Depois eu vou te matar

Pomba Gira violeta

Tu és a festa, eu só o lugar
Lança tua flecha
Prometo não desviar
Das tuas missões pós-carnaval
Devolva os grilos ao seu habitat natural
Já era hora desse encontro
Atrasado quase uma geração
Mas tudo bem
It’s alright
Mas vinte anos de distância, nunca mais!

Pomba-gira violeta
O que faz tua cabeça é uma dose de amor
Com o mais alto teor
Numa misturação tropical
Pomba-gira vire a mesa
Olha o salto no escuro
E antes que tu me esqueça
Eu te faço um resumo
Te fundo em meu rock rural

Sou só uma brasa em atuação
Nesse teu coração de férias
Por conduções, ou condições
Hoje ela é minha, eu sou dela

Com tuas asas recém-nascidas
Tua visão tão divertida
Com tua história de estimação
Vens de Vitoria de Santo Antão

Roda nova

Meus motores já partidos
Mil amores a perigo
Minha missão aqui na terra
Não é nada de mais

Homens se transformam noutros
Guardam-se reais no bolso
Pé-de-meia, false massa
Traça todos iguais
Serão maquinas as mães da mais
Perfeita precisão
Será um “não, não, não”
O suficiente pra sonhar

Não corte os pulsos no cartão
Não case com o computador
A classe se afogou na noite preta
Nesse mar

Chega de causas perdidas
Do teu gelo em meu inferno
Trago fogo a teu inverno
Quero abrir os canais

Ponha o coração no prato
Que enquanto eu me farto
Eu só penso na tua carne
Lindos versos mortais

Ninguém se lembra mais de nado
Ao menos com a boca cheia
Quando cê terminar
Vê se me chama pra sair

Quem vê pensa que é moda
A roda nova que formou
Quem sabe a mamãe
Ainda tem leite para mim
Ou não…

Quem sabe que errou
Será um “não, não, não”
Quem sabe é rock n’ roll
O suficiente pra dançar

Desapego

Quando eu me afastar entenda
Não será por ser medroso
Oito ou oitenta, nem me queira ver nervoso

Quando eu me afastar, relaxe
E ache seu olhar perdido
E talvez mais tarde, se me der vontade, eu ligo

Paro, mas eu não desisto
Calo no meu quarto azul
Eu lembro, não me lembro
Qual dos personagens fui

Nos gramados e calçadas
Que dormi com as pessoas
Eu guardo a história mais fina
Relutante ainda

Só não quero mais nas coxas, não
Eu prefiro outra coisa
Não espero que me esperem
Baby, você pode ir
Baby, você pode rir sem mim

Volta logo enquanto há tempo
Vamos nos fingir de morto
Prendo o choro na tua frente
Se eu te ver com outro

Erro, mas eu não assumo
Conto, mas faço resumo
E sumo sem dar pista
Baby, eu sou tão egoísta
Eu sou tão eu

Quando eu me afastar não reze, não
Nem apele pra macumba
Deixe se levar na chuva
Baby, você pode ir
Baby, você pode rir, sem mim

Só não quero mais nas coxas, não
Eu prefiro outra coisa
Não espero que me espere
Baby, você pode ir
Baby, você pode rir, sem mim

Hitchcok rock

Posso lamentar, caso a cortina rasgar
Essa janela é indiscreta demais
Solto devagar
Não consigo segurar o ar, não

Posso psicose, mesmo que me destroce
Cult como um corpo que cai
Medo de acordar cedo com quem quer te matar

E eu preciso définir o que eu sinto e o que eu não vivo
Do teu lado, meu bem
Nem se fala do meu

It’s Hitchcock rock with the pictures in the story
Do cotidiano geral
Quem pode dizer
É ficção ou papo real?

Pássaros cruéis, em grandiosos papeis
Tudo me filmando arruinado
Só posso dizer:
Baby, eu sou o cara errado

É que eu prefiro desistir dos perigos da vida de ator
Quanto tempo levou
Pro seu sonho morrer

Mixturado

Foi tudo combinado pra poder te seduzir
Os vícios são vendidos antes mesmo de existir
Pulando, quero galhos nessa selva sem ter fé
Se morro, viro alma, puxo pé

Que falta em tua cabeça, fora óculos, chapéu?
O que resta no teu bolso pode ate falar mais grosso
Morrendo na espera do herói supermercado
Sofrendo por não ter nascido um gato

E aqui nesse buraco as coisa não são claras
Mas eu vi na tua cara mesmo antes de dizer
Quem é que vai me ver no meio desse aperto?
Misturado, toro, pelo avesso

Até, seu ganha-pão virou pseudo nessa crise
Será que o violão vai te tirar dessa roubada?
De tantas novidades inventadas num minuto
Que se tornam ultrapassadas num segundo