Guinga

Par ou ímpar

Contar pra vocêsO torturador que tem soco inglêsMudar não mudou Lá em XerémVilmar, o para-militar, bate bemNuma pelada fuderosaOnde não tem pra ninguémEle só chama adversárioDe meu anjo e nenémMas quando baixa o santo ruimÉ pé na caraE, olha bemLambe o bigode assim PCDá de madeira em vocêPor tudo que cê disse e que não […]

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Odalisca

Ela sonha ter mais do que podia terEmbriagada nas ondas do prazerA boca é vinho tintoAs mãos são de absintoE a cintura dela é a estrela por nascerEscultura moldada pelas mãos de DeusSepultura dos que disseram adeusO rosto é uma pinturaE os homens são molduras vaziasQue ela pode preencher Por amor, a gente se transforma

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Mise-en-scène

Yves Montand de manhã en passantL’ennui, le neant, ai, haja Fimatosan…Yves, livre, un bateauIvre d’amour, poir toujours desencarnou…Oxalá voa lá dans la danceQue um fã non sense sonhouTal notre ami pierrôEn letressence narrouCom nuance constanteO jardim de ma tanteEn flagrante, ah, o Aldir Blanc garfouArecherche d’humor sivulpléQuesque Jacy Borrô e Henriete se urinôDelivrance é o

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Paixão descalça

Choro. A paixão é mansãoOnde eu vivo e não moro…Rememoro toda a vidaIda, volta.A paixão só se amarraSe a gente se solta:A paixão é um bicho cruelDe asas feito gaivotaPor nós dois eu não juroNo futuro há pestanasEm olhares escurosEntre as venezianasDe um chalé de avenida…Volta, idaA paixão se suicidaSe a razão se intromete:A paixão

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Nítido e obscuro

A porcelana e o alabastroNa pele que eu vou beijarO escuro atrás do astroNa boca que me afogarOs veios que há no mármoreNos seios de conceiçãoE desafeto e mais paixãoE porque sim e porque nãoPorque em vocêO que me prende vive livreComo tudo que há no espelhoExiste mas não tiveO bambual de ouro no dorso

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Delírio carioca

No Rio: marOuço Newton assoviarUm Gershwin Clara NunesQue faz vibrar feito flautaOs túneis Um cisco no olho azul da Lagoa:SozinhoMacunaíma anda de pedalinho No Rio-FestaPorgy and BessTapeiam mais um turista argentinoE o chope é fino no azul cristalinoE vem num avião um Jobim azulãoE a chuva é flecha em São Sebastião… A clave rosa da

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Age Maria

Age, MariaRasga o teu véu de virgemTinge tuas mãos na vertigem do pecadoMaria, ateu ao teu ladoLanço em teu ventreA língua que te consagreMilagre é ser pura em plena incontinênciaSacra é a vida da incoerênciaNão quero ser carpinteiroPra esculpir cruz que imortalize:Que não seja euQue ao te amarTe martirize

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Simples e absurdo

O olho claro no cabelo cor da noiteRiso branco feito açoite no olhar de paranóiaAqui é cúmplice o que é simples e absurdo:Esmeralda no veludo, onça negra com jibóia O que é quente se reúne ao que é gelado:Dois vaga-lume agarrado na casaca do pingüimO que é sagrado vaticina o que é pecado:Dois louva-deus afogado

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Canção do lobisomem

Eu sou inquieto assim pra dar um corte E no elo entre a satisfação e a morte Sou o ofício secreto do veneno Corroeno o amor Deus o tenha! Como disse Drummond (mais que epopéia) “Essas flores no copo de geléia” me alucinam “Essa lua, esse conhaque” e o mar O que mais quero Quando

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