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Menina do Lido

Menina, eu te conheço
Não sei de onde
Mas por incrível que pareça
Sei o seu nome
Menina
Não sei se foi no bonde
De Santa Teresa
Como podia ser
Numa butique em Copacabana
Ou num chá de caridade, menina
Promovido a quem de direito
E seu vestido era azul-anil
E era domingo, viu
Você nem ligou pra mim
É, eu sou muito vivo
Te lembra, menina
Do passeio, do sorvete
Na Praça do Lido
Tu não te lembras
Do passeio, do sorvete
Na Praça do Lido

Ver de novo

Cadê você? Quero te ver
Cadê você? Pra te dizer
Cadê você? Quero te amar
Cadê você? Vou te achar

Você sumiu, te procurei
Ninguém te viu, não mais te achei
Corri atrás, não tava mais
Pode esperar, vou te encontrar
Eu vou

Hoje eu tenho uma certeza vou te ver de novo
Vamos nos sentar a mesa num dia de chuva
Vou matar essa saudade que devora aos poucos
E abusar da felicidade como semi loucos

Molho os meus pés, á beira mar
Pensando em nós, tão grande amor
Fui lá na estrela, aquela nossa
Sempre a mais bela, tão luminosa
No arco-íris, na alvorada
Os nossos lírios, mente nem nada

Cadê você? Quero te ver
Não vá sumir, não
Vou te pedir, eu vou

Hoje eu tenho uma certeza vou te ver de novo
Vamos nos sentar a mesa num dia de chuva
Vou matar essa saudade que devora aos poucos
E abusar da felicidade como semi loucos

Hoje eu tenho uma certeza vou te ver de novo
Vamos nos sentar a mesa num dia de chuva
Vou matar essa saudade que devora aos poucos
E abusar da felicidade como semi loucos [2x]

Cadê você?

Já que o som não acabou

Dançou no bom sentido bom menino
Dançar desse jeitinho meu amor
No ritmo do toque do zabumba
Da sanfona, do pandeiro
Já que o som não acabou

Dançou no bom sentido bom menino
Dançar desse jeitinho meu amor
No ritmo do toque do zabumba
Da sanfona, do pandeiro
Já que o som não acabou

Já que o som não acabou e nunca vai acabar
Só apago o candeeiro quando o dia clarear
Já que o som não acabou pois a vida verdadeira
Eu vou cantar a noite inteira
E quem quiser pode dançar

Já que o som não acabou e nunca vai acabar
Só apago o candeeiro quando o dia clarear, morô?
Já que o som não acabou pois a vida verdadeira
Eu vou cantar a noite inteira
E quem quiser pode dançar

Vou balançar, vou brincar com meu amor
Encosta aqui no meu peito o dia ainda não raiou
E corre na veia um suingue, o sangue duro da cor

O som guiando o coração da gente
Bate diferente só querendo amar
E na pisada desse arrasta pé eu vou botando fé
Já que o som vai continuar

Dançou no bom sentido bom menino
Dançar desse jeitinho meu amor
No ritmo do toque do zabumba
Da sanfona, e do pandeiro
Já que o som não acabou

Dançou no bom sentido bom menino
Dançar desse jeitinho meu amor
No ritmo do toque do zabumba
Da sanfona, do pandeiro
Já que o som não acabou

Já que o som não acabou e nunca vai acabar
Só apago o candeeiro quando o dia clarear, viu?
Já que o som não acabou pois a vida verdadeira
Eu vou cantar a noite inteira
E quem quiser pode dançar

Já que o som não acabou e nunca vai acabar
Só apago o candeeiro quando o dia clarear
Já que o som não acabou pois a vida verdadeira
Eu vou cantar a noite inteira
E quem quiser pode dançar

Vou balançar, vou brincar com meu amor
Encosta aqui no meu peito o dia ainda não raiou
E corre na veia um suingue, o sangue duro da cor

O som guiando o coração da gente
Bate diferente só querendo amar
E na pisada desse arrasta pé eu vou botando fé
Já que o som vai continuar

O som guiando o coração da gente
Bate diferente só querendo amar
E na pisada desse arrasta pé eu vou botando fé
Já que o som vai continuar

Geraldinho foi muito bom cantar com você
Lembrando o nosso grande amigo
Jackson do pandeiro o rei do ritmo

São João Barroco

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Eu tive um sonho
Com um anjo barroco
Foi um sonho curto
Trilhado entre o sim e o não
O anjo rebelde
Voou pro inferno
E eu para o céu
Do barroco São João

São João padroeiro
Das matas do Oxossi
São João dos carneiros
Menino dos olhos azuis
São João é a jóia
Do brilho primeiro
Nas glebas do reino
Da era cristã

O ouro do milho
Nas espigas douradas
Balões coloridos
O cinza do céu
Fogueiras acessas
Planeta de luz
São João me aqueça
Com a lã dos carneiros
Nos dias de junho
Da fria estação

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Eu tive um sonho

Semente e fruto

Tomara, seja sempre assim, tomara
Tempos viverão em nós
Pura energia, paz e alegria
Harmonia em nossa alma

A vida há de ser assim
A onda vem beijar o cais
Em todo continente o sol vai nascer
Pra toda nossa gente a esperança
Aonde for esteja a fim
Da paz fruto do amor, em si

Tomara, seja sempre assim, tomara
Tempos viverão em nós
Pura energia, paz e alegria
Harmonia em nossa alma

Amor é que me faz sentir
A chama que me ilumina
Sublime sentimento do coração
Semente das mais lindas lembranças
Aquele que quer ser feliz
Se plantando amor, dá mais

Tomara, seja sempre assim, tomara
Tempos viverão em nós
Pura energia, paz e alegria
Harmonia em nossa alma

Onde tu vai, João?

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Água de coco pra comemorar
Peixe frito na hora
A lagosta no molho
Vinho e xibaba rolando

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Água de coco pra comemorar
Peixe frito na hora
A lagosta no molho
Vinho e xibaba rolando

Bom dia pra quem é do dia
Boa noite pra quem é da noite
Boa barra pra quem é da Barra
Salve, o pescador

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Onde tu vai, João?
Eu vou na praia, vou ver transa
Fazer o quê, João?
O mar azul, mulher de tanga

Cê tá doido, rapaz
Quando é que cê vai, menino?
Uma pisada boa dessa
Ixi! Ave Maria, vai bater o chinelo

À procura de alguém

Eu ando à procura de alguém
Que me queira bem
Mas que seja meu
Somente meu
E de mais ninguém
Quando isso acontecer
Eu nunca mais na vida
Hei de sofrer

Eu não quero um amor
Desses que vão e vêm
Quero um amor de verdade
Que me queira também

Você se lembra

Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem em que país
Me diz em que lugar, cadê você

Você se lembra
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão

Você se lembra…

Berekekê

Erumbekum Berekekê
Erumbekum Berekeká

Há muitos sóis não te vejo
Muitas luas não te beijo
Tantas estrelas queimando
Nos mares do meu desejo

Seja fruta todo açúcar
E o amargor da realeza
Pelos ares semeando
Essa estranha natureza

Erumbekum Berekekê
Erumbekum Berekeká
Ai ai ai beleza
Ai tambor(amor) ai padecer
Não quero chamar em vão
Os nomes do meu querer

Cocar de penas, morena
Coração flecha ligiera
Primeira missa profana
Silvestre abelha me beija

Erumbekum Berekekê
Erumbekum Berekeká

Quase índio
Amazonas
Olho D’água arco-íris
Eu vou te encontrar no so
Ardente como a estrela
Cadente no seu olhar
Paixão índia canção negra
Tanta Luz nos queimar

Como flor

Subindo a colina
Ao sol poente
Homem cansado curvado
Poeira no olhar
Caminho de volta
Meu pé de vento
Soprando manso
O descanso
Te espera afinal
Já se vê
Rosto amigo feliz
A te esperar
Veste branco um sorriso
E brilha em seu olhar
Um resto de esperança
Que a vida deixou
Só pra quem sofreu
Chorou sem saber
Que o amor
Nesse chão que é seu
Como flor nasceu
Viveu sem saber
Que o amor
Nesse chão que é seu
Como flor nasceu

Todo jeito ela tem

Jeito de passarinho ela tem, tiê
Beliscou meu coração
Bateu asas de paixão, voou
Só pra me fazer sofrer, sofrer

Jeito de serpente ela tem, coral
fez um ninho em meu jardim
pôs veneno em minha boca só
Só pelo prazer do mal, do mal

Jeito de gente ela tem, mulher
amar que nem passarinho
mais cruel que uma serpente é
é tudo o que a gente quer, mais quer

Tanto querer

Quando a gente se encontra, cresce no peito
Um gosto de vida
Um sorriso, tanto querer

É quando a luz da saudade
Acende de um jeito
Se faz tanto tempo a gente não quer nem saber

Agora será como sempre
Eterno, presente
Certeza que mesmo distante, em nós resistiu

Seja luar, amanhecer
Saudade vem e vai
Amor é o que me levará a você

Parceiro das delícias

Amor
Vem me tirar a sede
Amor
Vem me tirar da rede
Amor
Nem que seja das intrigas
Vem me tirar
Vem me botar na vida
Amor
Vem me tirar o cinto
Amor
Vem me tirar a pele
Amor
Nem que seja sem malícia
Vem me tirar
Vem me fazer carícia
Vem me tirar
Às vezes pra dançar
Até me machucar, Amor

Vem me botar na rede
Reviver a sede
Vem me fazer aquele
Amor
Parceiro das delícias
Amor

Sétimo céu

Eu e você
No mundo da lua de mel
Você e eu
Voando no sétimo céu
Dê no que dê
A gente não quer mais parar
Aconteceu
E eu quero de novo
Quero você
Ainda que faça chorar
Quero você
Sorrindo querendo ficar
Dá pra sentir
O teu coração bater no meu
Dá pra saber
Aonde esse amor vai desagüar
Pois quem tem amor
Pode rir ou chorar

É brincadeira

Me leva ô marinheira
Sou pirata sem mar
Sem bandeira
Sou ladrão de Bagdá
Só pra roubar você
Se você não quiser
Tem quem queira
Quem queira outra maneira
Eu só quero amor
Se for de Vera
Tem quem queira paixão
De novela
A felicidade vem
Bela
E eu quero é ela
É ela
Se ela quiser bailar
É brincadeira
É brincadeira ê ô

É brincadeira
É brincadeira
Deixe os meninos brincar
Bela
Essa dança permanecerá
Agora
Quero cada vez mais
Que me queiras
Eu te quero pedir
Palmeiras
À beira do mar
Estrelas
Na janela desse olhar
Na dela
Se deitou devagar
A lua cheia
Numa

Duna
A lua cheia
Se deitou devagar
Na dela
Na janela desse olhar
Estrelas
À beira do mar
Palmeiras
Eu te quero pedir
Que me queiras
Quero cada vez mais
Agora
Essa dança permanecerá
Bela
Deixe os meninos brincar
É brincadeira
É brincadeira ê ô

Chorando e cantando

Quando Fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor ô, ô, ô, ô

Ninguém, ninguém
Verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho
Que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz
De cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz
Virar um astro incandescente
O teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando
Pra fazer acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois do amor ô, ô, ô, ô

O Princípio do prazer

Juntos vamos esquecer,
Tudo que doeu em nós
Nada vale tanto pra rever
O tempo que ficamos sós
Faz a tua luz brilhar
Pra iluminar a nossa paz

O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz

Juntos vamos acordar o amor
Carícias, canções, deixa entrar o sol da manhã
A cor do som, eu com você sou muito mais

O princípio do prazer
Sonho que o tempo não desfaz

O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz

Nosotros, nosotras

Por muy negro que seas
No es menos hermoso
Que nosotros, que nosotros
Así me habla la paloma
Así no me hablan los otros

Por muy mundana que seas
No es menos hermosa
Que nosotras, que nosotras
Así me habla la rosa
Así no me hablan las otras

Por muy pobre que seas
No es menos sabroso
Que nosotros, que nosotros
Así me habla la tierra
Así no me hablan los otros

Por muy loco que seas
No es menos maravilloso
Que nosotros, que nosotros
Así me hablan los pájaros
Así no me hablan los otros

Por muy obrero que seas
No es menos amoroso
Que los negros, que los blancos
Las mundanas, las cristianas
Que los ricos, que los locos
Que nosotras, que nosotros
Así me habla mi amor
Así no me hablan los otros

Sabor colorido

Mel
É, eu quero mel
Quero mel de toda flor
Da rosa, rosa, rosa amarela, encarnada
Branca como cravo, lírio e jasmim
Eu quero mel pra mim

Mel, eu quero mel
Quero mel de toda flor
Da margarida, sempre viva, viva
Gira, gira, girassol
Se te dou mel pode pintar perigo
E logo aqui, no meu quintal
Cuidado, pode pintar formiga, viu?

Mel, eu quero mel
Quero mel de toda flor
Colorido sabor, do mel de toda flor
Antes que um passarinho aventureiro
Que beija o beijo, doce sabor
Sabor colorido

Mel, eu quero mel
Quero mel de toda flor
Da açucena, violeta, flor-de-lis
Flor de lótus, flor de cactos
Flor do pé de buriti

Dália, papoula, crisântemo
Sonho maneiro, sereno, fulô do mandacaru
Fulô do marmeleiro, fulô de catingueira
Fulô de laranjeira, fulô de jatobá
Das imburanas, baraúnas, pé de cana
Xique-xique, mel da cana, cana do canaviá
Vem me dar o mel que eu quero me lambuzar

Mel, eu quero mel
Quero mel de toda flor
Colorido sabor, do mel de toda flor
Antes que um passarinho aventureiro
Que beija o beijo, beijo doce, sabor
Sabor colorido

Mel

Príncipe brilhante

Príncipe do sol
Me dá um beijo
Na tua boca
Cor de maça
Romã D’Angola
Flor do Caribe
Do xique-xique
Do cabotã

Príncipe brilhante
Corpo moreno
Tu és ciúme
És feitiço
És o mar
Eu sou aquela
Aquela menina
Laço de fita
Sabor de mel
De qualquer maneira
Eu pinto o sete
Eu sou a Diana, moreno
Eu quero é cantar

Coqueiros

Por entre as palmas desse lugar
Por coqueiros de beira mar
Beira os olhos do meu amor
Buscando os meus
Vento a soprar
Quero as águas verdes
E quero enfim
Ser maior do que esse mar
Que avança sobre mim
Sobre a areia quero amar
Mas vou te dizer amor, mulher
Na paisagem do teu corpo
Vou deixar meu sorriso

Entre cirandas e cirandar
A cidade Recife, o sal
Do mar que derramei, chorei
Quando deixei tudo por lá
Entre pedras, ruas, só meu amor
Entre a gente que falava de mim
Que parti
É hoje aqui quis me lembrar
Vendo as praias tão sem cor, enfim
Sem as palmas dos coqueiros meu amor
Eu me lembro

Natureza viva

A chuva lava saudade
O vento varre tristeza
O sol aquece meu corpo
O frio gela meu peito
E a lua feito um farol

O coração de quem ama
Irradia mais sentimento
Cadente frágil bondade
Mergulhada no silêncio
Apesar do seu compasso
Marcando as horas no tempo
O rio bebe montanhas
O mar vomita segredos
O mel das flores do campo
O leve dançar das palmeiras
No ventre verde da mata
O fruto da natureza

Barcarola do São Francisco

É a luz do sol que encandeia
Sereia de além mar
Clara como o clarão do dia
Marejou meu olhar
Olho d’água, beira de rio
Vento, vela a bailar
Barcarola do São Francisco
Me leve para amar

Era um domingo de lua
Quando deixei Jatobá
Era quem sabe a esperança
Indo à outro lugar
Barcarola do São Francisco
Velejo agora no mar
Sem leme, mapa ou tesouro
De prata ou luar

Eu, em sonho um beija-flor
Rasgando tardes vou buscar
Em outro céu
Noite longe que ficou em mim
Noite longe que ficou em mim
Quero lembrar

Era um domingo

Bicho de 7 cabeças II

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça cresça e desapareça

Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé não tem cabeça
Não dá pé não é direito
Não foi nada eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças

O menino e os carneiros

No tempo que eu era menino
Brincava tangendo
(chiqueirando) carneiros
Fim de tarde na rede sonhava
Belo dia seria um vaqueiro
Montaria de pelos castanhos
Enfeitados de prata os arreios
Minha vida hoje é pé no mundo
Sem temer a escuridão
Jogo laço quebro tudo
Meu amigo é meu irmão
Sou a sede de boa palavra
Sou a vida raios de sol
Tenho tudo não tenho nada
Tenho fé no coração
Só que isso tudo
Era no tempo que nós era menino

Juritis e borboletas

A bala a agulha
A menina a avó
No retrato a postura
A caça a cozinha

A moça a varanda
Espera o jantar
O som do piano
Se espalha na sala
Nas cores do campo
Juritis borboletas

Em câmara lenta
Vi tuda acordar
Delirando ou sonhando
Enrolando e atado
Queimando de febre
Enrolado e atado
Delirando ou sonhando
Enrolado e atado
Vi e ouvi
Os insetos comendo
Comendo o meu jejum

Malaksuma

Vim aqui pra falar a você do além
Ou quem sabe prá falar, do mar
Parti, vivi, no azul do seu estrelar

Numa malaksuma a luz do ser, o renascer
Numa aldeia de som se fez brilhar
Numa malaksuma a luz do ser, o renascer
Numa aldeia de som se fez brilhar

Entre pão e vinho, preferi você
Entre pão e vinho, preferi você
Voar com o tempo, na paz contratempo
Singrando nos ares a mão corta-mares
Enfim quem sou eu? Enfim quem sou eu?
Vivi com o mundo, fiz parte de tudo
E agora não posso ficar, eh!

Malaksuma, Malaksuma, Malaksuma
Malaksuma, Malaksuma, Malaksuma
Malaksuma, Malaksuma, Malaksuma
Malaksuma, Malaksuma, Malaksuma

Caravana

Corra não pare, não pense demais
Repare essas velas no cais
Que a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol
Degelou teus olhos tão sós
Num mar de água clara

Novena

Sei que são nove dias, nove apenas
Enquanto espero, aumentam
O mundo se faz esquecido
Na terra dos homens de luzes
Coloridas
Enquanto família reza a novena
As notícias
Que montam cavalos ligeiros
Vão tomando todo o mundo
Na casa, no lar
Esquecidos, todos ficam longe
De saber o que foi que aconteceu
E ali ninguém percebeu
Tanta pedra de amor cair
Tanta gente se partir
No azul dessa incrível dor
Enquanto a família reza
Alguém segue a novena no abismo
De preces divididas
Do sossego de uma agonia
Sem fim
Nessa hora, se Deus, amém
Padre, Filho, Espírito Santo
Essa é a primeira cantiga
Que nessa casa eu canto

Enquanto a família reza a novena
Nove dias se passam marcados
Sem tempo e sem nada, sem fim
No meio do mundo, do medo
E de mim despedaçado
Tanto verso então
De orações a fala se faz
E lá fora se esquece a paz
Uma bomba explodiu por lá
Sobre os olhos de meu bem
E assim me mata também
Enquanto a novena chega ao fim
Bambas, bandeiras, benditos
Passando pela vida
E a novena se perde esquecida
De nós

Nessa hora, se Deus, amém
Padre, Filho, Espírito Santo
Essa é a última cantiga
Que nessa casa eu canto

Papagaio do futuro

Estou montado no futuro indicativo
Já num corro mais perigo
Nada tenho a declarar
Terno de vidro costurado a parafuso
Papagaio do futuro
Num para-raio ao luar

Eu fumo e tusso
Fumaça de gasolina
Eu fumo e tusso
Fumaça de gasolina
Eu fumo e tusso

Estou montado no futuro indicativo
Já num corro mais perigo
Nada tenho a declarar
Terno de vidro costurado a parafuso
Papagaio do futuro
Num para-raio ao luar

Eu fumo e tusso
Fumaça de gasolina
Eu fumo e tusso
Fumaça de gasolina
Eu fumo e tusso

Quem sabe, sabe, quem não sabe, sobra
Cobra caminha sem ter direção
Quem sabe a cabra das barbas do bode
A águia avoa sem ser avião

Quem sabe, sabe, quem não sabe, sobra
Cobra caminha sem ter direção
Quem sabe a cabra das barbas do bode
A águia avoa sem ser avião

Quem sabe, sabe, quem não sabe, sobra
Cobra caminha sem ter direção
Quem sabe a cabra das barbas do bode
A águia avoa sem ser avião

Planetário

Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou

São mil horas, mil estrelas
Que nos separam dela
O Cruzeiro do Sul
E essa super-novela

Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou

Os ruídos dos carros
A moral, a ciência
A psico-neuro-violência

E essa estrela muito branca
De cristal

Esperei no Planetário o meu amor
E essa lua é de gesso ou isopor?
Esperei no Planetário o meu amor
E essa lua é de gesso ou isopor?

Heloísa não viu
Uma estrela caiu
E o som imaginário
Foi tomando o Planetário
E a ursa menor apagou…

Talismã

Diana me dê um talismã
Um talismã

Viajar
Você já pensou ir mais eu viajar?
Quando o sol desmaiar
Ahhh vou viajar

Diana me dê um talismã,
Um talismã

Viajar
Você já pensou ir mais eu viajar?
Quando o sol desmaiar
Ahhh vou viajar

Olha essa sombra, esse rastro de mim
Olha essa sobra, essa réstia de sol

Que da poeira, tossiu
Que da poeira…

Ah, Diana nem ligou
Uuuuuuuh

Letras negras

Pelo jornal o dia chega
Com as letras negras
Do que está por vir
Pelo meu sonho era tudo bem
Você passava e olhava pra mim
Seu olhar miragem
Surgindo na paisagem
De fumaça e luz
No paraíso amor um dia
Imaginamos cidades azuis

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora

Serenai! Serenai! Oh verde mar
A madrugada chegou
Começa o dia você me
Incendeia
Amor me incendeia
Até florescer
E nada mais bonito
Que o grito selvagem
Do subúrbio lado blue
Desconstruindo muros
Até o sonho aparecer
Oh meu amor
Meu grande amor
E agora

A voz na sacada
Da casa rosada
A solidão da voz
E na varanda branca
Da alvorada
O tempo cansa
De esperar por nós
Será que é preciso
Imaginar o cosmo
Pra compreender
Que esse neném no colo
Tenta resistir
Essa madona
Quer sobreviver

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora

De lá das estrelas
Eles querem ver
Esse mundo explodir
Lágrimas na rua
De verdade
Tudo pode acontecer
Afinal
O sonho é um sinal
Que tenha fruta madura
No quintal do vizinho
Por tanto tempo
Eu fiquei sozinho
Pelo jornal
O mundo acabou

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora

Canção da despedida

Já vou embora
Mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
Amor não chora
Que a hora é de deixar
O amor de agora
Pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui
Mas não podia
O meu caminho a ti
Não conduzia
Um rei mal coroado
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora
Eu volto um dia
O rei velho e cansado
Já morria
Perdido em seu reinado
Sem maria
Quando me despedia
No meu canto lhe dizia

Quando Fevereiro Chegar

Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri, a gente chora
Ai ai ai ai
A gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois amor ô ô ô ô

Ninguém, ninguém verá o que eu sonhei
Só você, meu amor
Ninguém verá o sonho que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
O teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois do amor
Amor ô ô

Ninguém, ninguém
Ninguém verá o que eu sonhei
Só você, meu amor
Ninguem verá o sonho que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me Ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois, depois do amor
Amor, amor

Moça Bonita

Moça bonita, seu corpo cheira

Ao botão da laranjeira

Eu também não sei se é

Imagine o desatino

É um cheiro de café

Ou é só cheiro feminino

Ou é só cheiro de mulher

Moça bonita, seu olho brilha

Qual estrela matutina

Eu também não sei se é

Imagina minha sina

É o brilho puro da fé

Ou é só brilho feminino

Ou é só brilho de mulher

Moça bonita, seu beijo pode

Me matar sem compaixão

Eu também não sei se é

Ou pura imaginação

Pra saber, você me dê

Esse beijo assassino

Nos seus braços de mulher

Táxi Lunar

Pela sua cabeleira vermelha
Pelos raios desse sol lilás
Pelo fogo do seu corpo, centelha
Pelos raios desse sol

Apenas apanhei na beira mar
Um taxi pra estação lunar (2x)

Pela, linda, criatura bonita
Nem menina, nem mulher
Tem espelho no seu rosto de neve
Nem menina, nem mulher

Apenas apanhei na beira mar
Um taxi pra estação lunar (2x)

Ela me deu o seu amor, eu tomei
No dia dezesseis de maio… viajei
De espaçonave atropelado, procurei
O meu amor, aperriado.

Apenas apanhei na beira mar
Um taxi pra estação lunar (2x)

Pela, linda, criatura bonita
Nem menina, nem mulher
Tem espelho no seu rosto de neve
Nem menina, nem mulher

Apenas apanhei na beira mar
Um taxi prá estação lunar (2x)

Pela sua cabeleira vermelha
Pelos raios desse sol lilás
Pelo fogo do seu corpo, centelha
Pelos raios desse sol

Um taxi pra estação lunar (2x)

Bicho de Sete Cabeças

Não dá pé não tem pé nem cabeça
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem jeito mesmo
não tem dó no peito
não tem nem talvez ter feito
que você me fez desapareça
cresça e desapareça

Não tem dó no peito
não tem jeito
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem pé não tem cabeça
não dá pé não é direito
não foi nada, eu não fiz nada disso
e você fez um bicho de sete cabeças

(ambas estrofes ao mesmo tempo)
Não dá pé não tem pé nem cabeça
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça (não tem ninguém que
mereça)
não tem jeito mesmo (não tem pé não tem cabeça)
não tem dó no peito (não dá pé não é direito)
não tem nem talvez ter feito (não foi nada)
que você me fez desapareça (eu não fiz nada disso e)
cresça e desapareça (você fez um)
Bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças
Bicho de sete cabeças

Dia Branco

Se você vier pro que der e vier comigo
Eu lhe prometo o sol… se hoje o sol sair
Ou a chuva… se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar

Numa praça na beira do mar
Um pedaço de qualquer lugar
E neste dia branco se branco ele for

Esse tan…to, esse canto de amor
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo
Se branco ele for
Esse tanto, esse canto, esse tão grande amor, grande amor

Se você vier pro que der e vier comigo
Eu lhe prometo o sol… se hoje o sol sair
Ou a chuva… se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar

Numa praça na beira do mar
Um pedaço de qualquer lugar
E neste dia branco se branco ele for

Esse canto, esse tão grande amor, grande amor
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo, comigo, comigo

Dona da minha cabeça

Dona da minha cabeça ela vem como um carnaval
E toda paixão recomeça, ela é bonita, é demais
Não há um porto seguro, futuro também não há
Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita
Digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

Dona da minha cabeça quero tanto lhe ver chegar
Quero saciar minha sede milhões de vezes
Milhões de vezes

Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz
Por isso nunca desapareça
Nunca me esqueça, eu não te esqueço jamais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita
Digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

demais

Não há um porto seguro futuro também não há

Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança

Eu digo e ela não acredita ela é bonita demais

Eu digo e ela não acredita ela é bonita, é bonita

Dona da minha cabeça quero tanto lhe ver chegar

Quero saciar minha sede milhões de vezes, milhões de vezes

Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz

Por isso nunca desapareça

Nunca me esqueça, que não te esqueço jamais

Eu digo e ela não acredita ela é bonita demais