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Cordões umbilicais

Mundo, continente, país, estado
Cidade, bairro, rua, casa, eu
Somos tantos mundos
Dentro de outros mundos mais
E estamos ligados por
Cordões umbilicais

Somos tantas teias de idéias, pensamentos
Mas sabemos distinguir guerra de paz
Somos elementos da política internacional
E na minha casa o mundo é mais legal
Vendo a rua da janela
Eu e a tela

Mundo, continente, país, estado
Cidade, bairro, rua, casa, eu
Somos tantos mundos
Dentro de outros mundos mais
E estamos ligados por
Cordões umbilicais

Somos as aldeias e os apartamentos
Somos coletivos individuais
Somos as senhoras rezando no convento
E as loucas fantasias sexuais

Somos as corporações e os isolamentos
Somos as contradições vivendo
Ao mesmo tempo

Somos tantos mundos
Dentro de outros mundos mais
E estamos ligados por
Cordões umbilicais

Suporto perder

Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magra de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magro de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
É chegado o tempo da inocência partir
Vida pede cimento, vou fincar minha raiz

Não me perder no vento da emoção do aprendiz
É chegado o tempo de ampliar a ciência sobre o que é ser feliz
Toda casca rompendo, a ganhar cicatriz
Não tem mão na cabeça, não tem mimo ou juiz
Sou só eu, em meu centro, descascando o verniz

Toda casca rompendo, pra entender onde habita minha força motriz
Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magra de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder

Estudantes

Na calada da noite
Os estudantes fazem
O futuro amanhecer
Quem aprendeu a ler e escrever
Sabe bem que analfabeto
Jamais voltará a ser

Mesmo que o destino
Reserve um presidente adoecido
E sem amor
A juventude sonha sem pudor
Flor da idade, muito hormônio
Não se curva ao opressor

Pode apostar
A rebeldia do aluno é santa
Não senta na apatia da injustiça
Agita e inferniza e a rua avança
Escola não tem medo de polícia

Pode apostar
Balbúrdia de aluno é o que educa
Ensina o governante que caduca
Retroceder não é uma opção

Respeito é pra quem dá educação
Respeito é pra quem dá educação
Respeito é pra quem dá educação

Ótima

Ótima
Eu me sinto ótima
Forte, firme e sólida
Solidária ao mundo

Com a paz no peito
Dessas que dão jeito
Nas causas do medo
Hoje me aceito

Tenho mil defeitos
Fiz deles piada
Abaixei a guarda
Virei minha amiga

Tirei a armadura
Das mágoas antigas
Tô de peito aberto
E te quero perto

Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo as vitórias da vida
Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo confetes e serpentinas

Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo os picos de adrenalina
Que nada nos distraia do amor
Que tudo nos atraia ao amor

Uh, uh, uh, uh, uh, oh

Ótima
Eu me sinto ótima
Otimista e cósmica
Conectada ao pulso

Natural da terra
Livre da agonia
De chegar primeiro
Grande é ser inteiro

Confiar na fonte
Tesselando instinto
Ter a companhia
De quem se observa

Ser por excelência
Mapa e tesouro
Dessa inteligência
Que é cantar em coro

Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo as vitórias da vida
Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo confetes e serpentinas

Que nada nos distraia do amor
Nem mesmo os picos de adrenalina

Que tudo nos atraia ao amor
Que tudo nos atraia ao amor

Uh, uh, uh, uh, uh, oh

Faminta

Ah, ah, ah, uh, ah, ah, ah
Ah, ah, uh, ah, ah

Eu não peço licença pra chegar
Eu não sou obrigada
Sou filha de Oxum com Yemanjá
Alfange, espelho, espada

Sou raiva e calma ao mesmo tempo
E raiva eu sinto mais
Por tudo que me aconteceu
E o que aconteceu aos meus ancestrais

Não abaixo a cabeça pra nada
Não bato os meus pés no tapete
Insisto não sou obrigada
Eu como com a mão o meu próprio banquete

Eu tenho fome
Eu sou faminta
Eu quero comer você
Eu quero comer a vida
Nham, nham, nham

Sou camaleoa elegante
Me adapto se for preciso
Tenho um repertório gigante
Pra lidar com todo tipo de narciso

Não gasto energia e saliva
Com gente quadrada na linha
Pra mala sou inofensiva
Me faço de santa, donzela, fofinha

Eu canto suave
Eu não desafino
Eu faço tudo certinho

Mas é tanta raiva aqui dentro
Não dá pra ser acostumada
Herdei dos antigos e sei direitinho
A história que não foi contada

E a história é minha, porra
Eu tô cansada
Eu faço meu trampo direito
Pra macho dizer que não tô preparada

Não tenho deslumbre com nomes
Invento o meu ritual
Boto a boca no microfone
Se não me tratar de igual pra igual

Não nasci pra ter sonho pequeno
Sou vanguarda na era do pós
Tenho a força do meu pensamento
E carrego a mudança que sou porta-voz

Eu vou cantar por mim
Por minha mãe
Por minha avó
Por minha bisa

As coisas que elas um dia
Calaram
Sofreram
Lutaram
E morreram
Pra que hoje eu esteja viva

Eu quero que vocês explodam
Explodam
Explodam
Explodam, corram
Se não desapareçam
Para o fundo das coisas
Que hoje eu tô
Virada na jiraya

Ah, ah, ah, uh, ah, ah, ah
Ah, ah, uh, ah, ah

Eu vou voar por aí
Explodam
Quero me divertir

Me cuidar de mim

Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê

Fiz em mim uma faxina
E encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina

Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim

O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio

Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e sessenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro

Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim

Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações

Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita

Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa

Sou carente, amostrada
Dou sorriso e sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira
E dói, dói, dói me expor assim
Dói, dói, dói despir-se assim

Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito
Eu vou me curar de mim
Se é que essa cura há de existir
Não sei, só sei que a busco em mim
Só sei que a busco

Me curar de mim
Me curar de mim
Me curar de mim
Me curar de mim

Revólver

O meu revólver
É um estado de espírito
E o pessimismo
É luxo de quem tem dinheiro

A covardia
Impera sob a ignorância
Mas a esperança
É substância pra mudar (é substância pra mudar)
Mudar as coisas de lugar (mudar as coisas de lugar)

Uma cidade triste
É fácil de ser corrompida (é fácil de ser corrompida)
Uma cidade triste
É fácil ser manipulada

No contra-ataque da guerra, arte!
Pra não viver dando murro em ponta de faca.
No contra-ataque da guerra, arte!
Ninguém nessa terra vai comer farinata

Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que
Não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que
Não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que
Não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer
Eu quero ver quem vai

O frevo é um ser humano
O frevo é o nosso Rock
O frevo é a luta armada
De Zenaide, de Capiba e de Spok

Meu corpo é uma cidade
Com pernadas de aço
Pra furar um buraco
Na rocha do egoísmo
A revolta do passo

Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa

Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa

Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa

Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa

Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que não tem frevo mais

Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo
Eu quero ver, eu quero ver, eu quero ver quem vai

Uma cidade triste
É fácil de ser corrompida
Uma cidade triste
É fácil ser manipulada

No contra-ataque da guerra, arte!
Um corpo liberto deixa a mente afiada
No contra-ataque da guerra, arte